quarta-feira, 17 de abril de 2013
uma prova.
entre uma baforada deste cigarro molhado e artigos de lei, engasgo gargalhadas.
entre músicas sem sentido e o silêncio que agoniza, acabo escolhendo um poema seco.
entre bocas anônimas e o cobertor indigesto, cuspo bolas de pelo.
Pelo menos isto indica que estou vivo e que algum dos desejos o gênio da lâmpada atendeu.
entre as fotos da novidade, só vejo o que já está apodrecendo de tão velho. e, não, não consigo desviar o olhar dessa boca ressecada, o olho inchado, as bochechas assimétricas. desculpem-me, mas "otimismo" não está incluso na minha longa lista de defeitos.
mas tudo isso é para mascarar o desespero. busco aplacar o medo com a beleza, mas sou incapaz de ignorar a desgraça. ela, de certa forma, está impregnada na pele.
hoje derramei três gotas de pânico no meu colarinho mal passado.
mas tudo bem, amanhã eu troco de camisa.
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