quisera eu correr na mesma velocidade que o desespero,
ou me alimentar apenas das palavras que escrevo,
das notas que entoo,
mas não.
me sobra apenas o papel cínico que interpreto,
neste teatro de fantoches descoloridas,
submerso em madeira pagã,
da qual faço minha cruz.
Ando em L.
quisera eu desacelerar o ritmo deste desalento,
ou apenas repousar este corpo sonolento
cheio de enjoo,
mas não.
me sobra apenas o corpo pálido que espeto,
neste cinema de almas perdidas,
emergindo em vaidade vã,
da qual escapo sem luz.
Cá estou, diagonal.
quisera eu ter a sorte de prover meu próprio sustento,
ou então pousar em mim algum olhar atento,
para alçar voo.
mas não.
me sobra apenas a fome na noite em que desperto,
neste palco de pessoas sem vidas,
pairando nu em qualquer cama sã,
a qual devo fazer jus.
Xeque-mate.
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