domingo, 24 de agosto de 2014

cafetina



Não me presto a conchavos.

Eu, que tenho pavor da formalidade do tapete vermelho e da gravata que enforca e faz presa na epiglote a fumaça mal inalada do último cigarro, não tenho o hábito de virar desengonçado o Chandon das parcerias interesseiras e desinteressadas.

O que me move, além das pernas ligeirinhas, 14 quilômetros por hora rumo a lugar nenhum, é a verdade - e não toneladas de kilobytes jogados na masmorra verde da discórdia. E, por verdade, entendo a desconstrução de tudo aquilo que meus opositores hoje trabalham arduamente para manter (e não há nada de verdadeiramente libertador em recatar o decote e glorificar o falo).

Por isso, me jogo.

Minha ferramenta política é o meu corpo.

Porque, se a coletividade na qual creio é minha cafetina, sinto-me confortável em ser a puta do meu próprio destino. E hoje eu não vou dar. Eu vou distribuir.


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